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Congreso brasileño aprueba incorporación del derecho a la alimentación en la Constitución

El 3 de febrero de 2010, el Congreso brasileño aprobó el Proyecto de Enmienda Constitucional (PEC) 047/2003 para incorporar el derecho a la alimentación como un derecho fundamental en la Constitución Nacional. Este derecho será incluido en el artículo 6, que ya contempla otros derechos sociales como el derecho al trabajo, a la salud, a la educación y a la seguridad social.

El proyecto fue presentado inicialmente en 2003 por el Senador Antônio Carlos Valadares. Al tratarse de una enmienda constitucional, pasó por un largo proceso de debates en comisiones para ser aprobado en dos instancias en cada cámara del Congreso. También fue impulsado por la campaña de internet «La alimentación es un derecho para todos», apoyada por FIAN Brasil y otras organizaciones de la sociedad civil, que recolectaron más de 50.000 firmas en todo el país.

La Constitución de Brasil reconoce una amplia gama de derechos económicos, sociales y culturales. Desde 2003, el país ha mejorado considerablemente la legislación respecto al derecho humano a la alimentación, entre otros a través de la Ley Orgánica sobre Seguridad Alimentaria y Nutricional, la nueva ley sobre alimentación escolar y el Programa de Adquisición de Alimentos. Al darle un estatus constitucional al derecho a la alimentación, el PEC sigue la línea de estas políticas que han contribuido a la implementación de este derecho y a la reducción de la pobreza en el país, de acuerdo con diversos instrumentos internacionales de derechos humanos ratificados por Brasil.

La incorporación tiene, sobre todo, un enorme valor jurídico y político para la realización del derecho a la alimentación en Brasil, dado que pone este derecho humano por encima de cambios en el gobierno y reafirma la obligación del Estado Brasileño de respetar, proteger y realizar el derecho humano a una alimentación adecuada.

FIAN felicita al Congreso brasileño y a la gente brasileña por este logro que, aunque no es la solución para erradicar el problema extendido de pobreza y desigualdad en el país, constituye un importante paso en la lucha contra la pobreza y el hambre. El Secretario General de FIAN, Flavio Valente, declara: «Éste es otro logro del fuerte movimiento de Seguridad Alimentaria y Nutricional en Brasil. El desafío ahora es consolidar el acceso de la población a mecanismos de recurso y a la justiciabilidad del derecho a una alimentación adecuada en el país».

Más información en http://www.fianbrasil.org.br/

Alimentação agora é um direito constitucional

Em sessão solene ocorrida no plenário do Senado Federal o Congresso Nacional promulgou ontem a Emenda Constitucional nº 64/2010, que «Altera o art. 6º da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social». A sessão de promulgação foi transmitida ao vivo pelas TVs Câmara e Senado, cujo texto, na íntegra, está publicado no Diário Oficial da União de hoje (05/02) e entrará em vigor imediatamente. Por tratar-se de Emenda à Constituição Federal, o texto não requer sanção do Presidente da República.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 047/2003, que inclui a alimentação entre os direitos sociais da Constituição Federal, é de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e foi apresentada no Senado em 2003. Depois de percorrer um longo caminho e por diversas comissões, a matéria foi aprovada em dois turnos pelo Senado e em dois turnos pela Câmara Federal, com a aprovação de mais de 3/5 dos votantes. A última votação e aprovação pelo plenário da Câmara Federal ocorreu nesta última quarta-feira (3), com 376 votos favoráveis, nenhum contrário e 2 abstenções. As duas votações no Senado e as duas votações na Câmara expressaram um quase generalizado consenso dos senadores e deputados em torno deste direito fundamental, inalienável e que agora passa a ser um direito constitucional.
A partir de sua publicação no Diário Oficial a PEC 047, que passou a ser chamada de Emenda Constitucional 64/2010, o direito humano à alimentação adquire status constitucional e passa a integrar o conjunto dos direitos sociais garantidos no artigo 6º da Constituiçao Federal que são: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados.
Conforme o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, «este era um débito que esta Casa tinha com o povo brasileiro há 21 anos.» E para o presidente do Consea, Renato Maluf, «assegurar o direto à alimentação e, com ele, a soberania e a segurança alimentar e nutricional, passa a ser um dever de Estado e não apenas deste ou daquele governo».
Portanto, a alimentação passa a ser um direito de todos os cidadãos brasileiros e uma obrigação do Estado. E, em conformidade com os instrumentos internacionais de direitos humanos e o artigo 6º da Constituiçao Federal, o Estado tem a obrigação de respeitar, proteger, promover e prover o direito humano à alimentação adequada nas esferas federal, estadual e municipal. Isso, evidentemente, implica que sejam criadas todas as condições físicas e econômicas para garantir de forma progressiva a efetivação deste direito humano a todos e todas mediante a implementação de políticas públicas que assegurem a realização da Segurança Alimentar e Nutricional e a Soberania Alimentar.